Sem dúvidas amar e ser correspondido é a melhor forma de sentir o amor. Deste modo parece até que o amor será eterno. Chegamos a dizer que viveremos felizes para sempre. Ficamos mais tontos, mas mesmo assim ficamos mais lindos. Assim o amor parece ser mais compreensível. A vida ganha mais um motivo para darmos mais valor a ela. Ficamos com vontade de comprar tintas, e pintarmos as paredes do quarto com cores vivas. De desenhar com as próprias mãos em um quadro e no final dizer que não é só aquilo que sente, e colocar culpa no tamanho do quadro por não ser maior que o mundo. Porque pra ele o mundo é do tamanho do amor dele. E ele começa a explicar isso com palavras bonitas, que escreve em folhas de papel. Fazendo poemas de amor eterno. Mas o amor tem o outro lado, é o outro lado da tela. É o outro lado da parede, é a borracha que acompanha o lápis. Que apaga o que foi eternizado em folhas. Ai vem o lado em que as cores ficam frias, escurecidas e sem mais vida. Pois o amor depende de apenas uma pessoa para existir, mas para ser correspondido depende de mais outro coração. Mas sentir o amor é um privilégio de poucos, esnobá-lo é tão comum. Eu gosto de pensar que quem se declara para a pessoa amada não é corajosa. Mas sabe viver o melhor da vida. E as pessoas corajosas são as que rejeitam o amor dentro delas. Não sabendo que poderiam ficar mais bonitas, ganhariam o dom de pintar, e até virariam poetas por estarem apaixonadas. Sorte dos que amam é que podemos desenhar mais de uma vez, e assim um dia terminarmos o nosso desenho imperfeito do amor!
Zé Araújo
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