O que sou eu

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Sem caneta e sem papel, uso de mais tecnologia para exibir - para quem quiser ler – os meus pensamentos. Sou o criador deste blog e me chamam de Lima Araújo. Obrigado!

OBS: Opa meu caro leitor, venho aqui avisar que não permito nenhum tipo de plagio aos meus textos encontrados e pertencentes a este blog. Sei que você é mais inteligente e criativo do que apenas apertar (Ctrl+c) e (Ctrl+v). Muito obrigado pela atenção... Lima Araújo

Neste blog todos os textos são de minha autoria.
Impulsionado pela necessidade de expressar minhas opiniões, meus pensamentos e até meus poemas, aliando a uma ótima influência que tive de dois amigos Juba e Cinthia, criei esse blog. Soube ouvir, analisar e conclui que de fato tenho que compartilhar minhas idéias, e é muito importante que se opine sobre imagens, argumentos e acontecimentos. Os Personagens desse blog fazem parte de um mundo meu, que retrata minha personalidade e que divulga o que realmente estou sentindo ou pensando. Compartilharei aqui, sem medo de críticas alheias, meus poemas, minhas próprias críticas e situações minhas, com você e por você meu caro leitor. Muito obrigado!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Analogia de um sentimento melodramático

Vereda de sentimentos espinhosos, de pessoas estranhas oferecendo algo. De perigo e tentações. De pecados em seus fetiches mais íntimos, de mulheres nuas de corpo e porque não de espírito. 

Busco um perfume que me agrade, que me calce, que simplesmente me sirva. Sinto em sua pele o ímpeto do desejo, o arrepio de um toque, o calor do beijo… Mas você não é minha prometida, não é nada do que eu esperava. Na verdade você é mais, é o inesperado que no fundo eu sempre esperei. 

Sabe, tudo isso é muito complicado. A intensidade com que você me envolve me torna tão indefeso. De repente você me trás boas notícias, me inspira à lembrar de bons momentos, você é o que posso dizer, um verdadeiro Bom Dia! 

Que sentimento é esse que tento esconder, ou que pelo menos tento não dizer de forma tão explícita? Que verdade quero esconder, e de quem? De mim mesmo, ou de vigilantes? 

Já disse que um dia irei fugir de mim, e tentar existir em você. Já falei de rosas e de pedras. Já apresentei um monólogo sem platéia. Já falei do tempo, quando ele é apenas uma linha facial, pura estética. Já respondi as minhas próprias inquietações, mas não me convenci. 

Comparei o amor com uma mancha de café, na tentativa de explicar os seus efeitos. Dediquei muitos rabiscos imprudentes, na tentativa de descrever o meu inconsciente em um sopro de pura consciência. Em um sopro de inocência talvez. O que me surge no momento, são atalhos escuros, sem placas nem mapas. E uma responsabilidade de comparar o incomparável. Seria possível? 

Seria possível a criatura amar o seu criador, sabendo essa criatura, que ela foi criada com defeitos? O que seria do desejo sem o medo, ou da música sem ter quem ouví-la? O que seriam dessas palavras, se não tivesse ninguém para lê-las… o que seria de mim, sem minha capacidade de comparar? 
Lima Araújo

CONTINUAÇÃO Parte II (Carta para as minhas memórias)

No entanto, não estou só relembrando momentos bons. Acabo também revivendo dores e erros. Eu sempre me orgulhei de ter uma fórmula perfeita para não sofrer tanto com desilusões amorosas. Que constituía apenas em duas regras básicas, que falarei mais adiante, porque agora me veio na cabeça à palavra que acabei de escrever e que vocês acabaram de ler “desilusões”. Preciso falar dela, antes de falar das regras. Justamente o significado da palavra desilusão, que usamos antes da palavra amorosa acaba sendo por si só uma contradição. Se pegarmos um dicionário qualquer, teremos mais ou menos esse significado: “Ação ou efeito de desiludir”... Ou seja, é o mesmo em dizer que o amor é uma ilusão, e que por isso, quando esse amor acaba, nos desiludimos. E o amor sendo uma ilusão caracterizar-se por si só uma dor. Uma inverdade, uma criação no nosso imaginário voltado apenas para satisfazer nossos próprios desejos e necessidades pessoais. Por isso que também dizem que o amor é essencialmente egoísta. E essa afirmação tem muito fundamento, porque somos naturalmente egoístas, e o amor só é bom quando é correspondido. Damos carinho, atenção, beijo, mas queremos as mesmas coisas em troca, porque se não tivermos, não vale a pena amar. Por isso que também nos tornamos possessivos, temos medo de perder o que achamos que é nosso. Mas na verdade a única coisa que você possui, é a sua própria ilusão. Essa é só sua, e pode ser transferida, ou reconstruída a qualquer momento. Então vivemos em uma ilusão quando estamos amando. Nós iludimos com o objetivo de alcançar outra grande ilusão, a felicidade. Quando chamo a felicidade de ilusão, me refiro ao pensamento que temos em que diz “você me faz feliz”. Na verdade, é você quem permite que a outra pessoa a faça ou o faça feliz, e não ao contrário. Nós somos detentores da nossa própria capacidade de criar a felicidade, a prova disso, é que não existe receita para ser feliz. Cada um tem o seu jeito, as suas manias, os seus desejos, cada um, cria e edita a sua própria ilusão (o seu próprio mundo). Mas o perigo está, exatamente, onde cabe a parte da “nossa própria ilusão”. Exigimos que a outra pessoa compartilhe da nossa ilusão, mas não damos a ela a oportunidade de criar e editar junto com ela, apenas impomos o nosso mundo, já pronto, a essa pessoa. E esperamos que simplesmente ela aceite. E as ilusões dela, onde vamos guardar? Penso que as pessoas preferem ouvir o que querem, e não o que precisam ouvir. É assim que funciona o amor. Essencialmente egoísta, essencialmente humano, essencialmente você, eu, ela e ele. Ficamos aqui, com a minha definição do termo “desilusão amorosa”, mas não a considere se não concorda de fato. Crie a sua própria definição, edite sua própria ilusão do amor. Eu já ia me esquecendo, falei no início sobre as minhas duas regras básicas que compõem a minha fórmula para não sofrer tanto com desilusões amorosas, mas essa é outra história... Lima Araújo
CONTINUA...

Carta para as minhas memórias...Parte I

Já escrevi sobre muitas experiências. Umas vividas e outras eu apenas imaginava. Mas igualmente sentidas, até porque, não me importava se eram reais ou se eram apenas imaginadas. E mesmo que pessoas dissessem serem testemunhas dessas minhas experiências, ainda assim não podiam afirmar que elas eram totalmente reais. Eu podia muito bem estar fingindo, eu podia muito bem ser um ótimo ator. Eu podia apenas estar vivendo de aparências, e não de autênticas experiências. Mas acho que não tenho o dom da dramatização. Então o que restaria dizer, é que podia até ser real para mim, e que não era eu a fingir, nunca foi. Em minha defesa, bom, não tenho muito que dizer em minha defesa. Mas acho que nada disso adiantaria também. Reviver o passado, em busca de uma justificativa para o presente. Pesando eu que conseguirei responder as suas perguntas, inocência a minha. Assim, preciso deixar bem claro o que exatamente escrevi sobre essas experiências (que vamos agora em diante chamá-las de lembranças ou memórias) esse meu relato, acredito ser, importante. As memórias que me debrucei a escrever, que corria em busca de um papel para evitar a fatalidade do esquecimento, eram memórias ou lembranças, reais ou imaginadas, vividas ou dramatizadas, de amores intensos. Lembro-me vagamente do meu primeiro beijo, porém, lembro-me muito claramente do meu primeiro amor. Ou seja, eu cedi primeiro ao contato físico mesmo irresponsavelmente, e só depois, mas só depois eu beijei por amor. Mas o importante é perceber o que ficou vago e o que ficou claro em minha memória. Não pretendo com isso atribuir ou impor uma interpretação minha, deixarei para você a fazê-la. Eu já tive namoro que durou um dia, e outros que duraram algumas estações. Para mim, não importa o quanto é duradouro um relacionamento, mas sim, o quanto é intenso. Mas confesso, nunca amei ninguém, tanto quanto amo você, e nunca vou amar. Mas para ser sincero, no passado, agora que estou recorrendo as minhas memórias, lembro-me de um dia já ter escrito essa frase. O que hoje me faz pensar, que o amor é renovável. Mas não confunda com reciclável. Hoje não tenho mais os amores que um dia já tive. Não tenho os beijos apaixonados da minha adolescência. Parece que o hoje, está fadado a mera estabilidade. Tudo era tão intenso no princípio. Era tão apaixonante, um verdadeiro mundo novo. Agora o que é novo é esse sentimento que consome, confundi, embriaga o meu pensar. E porque ele me aparece agora? Porque não antes? Nos outros amores, não me recordo de percebê-lo, ou não de forma tão evidente quanto agora. Nesse momento que escrevo essa carta, estou revivendo, quer dizer, pescando as minhas lembranças que nadam livremente no oceano da minha consciência. Eu que não tinha dificuldade em dizer “eu te amo”, que me entregava, como gostava de dizer, “de presente pra você”. Hoje, sinto um certo problema em organizar essas palavras logo no exato momento em que as circunstâncias exigem dizê-las. Não é falta de amor, é como eu disse, pode ser o enfadonho discurso da estabilidade, neste caso até, prefiro dizer responsabilidade. Quando se ama de forma descompromissada, sem dever nada, mas devendo apenas o amor. O que estou querendo falar é sem dever horas, ou satisfações. Acaba tornando até mais intenso. Mas tudo tem o seu momento, o meu passou. O que me resta é apenas pescar as memórias. Lima Araújo
CONTINUA...



"Eu sempre visito o meu futuro... quando quero ganhar inspiração para o meu presente" Lima

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Desconhecidos



Hora do check in, cheguei cedo na capital. Estava pronto para curtir um final de semana só para mim. Levei pouca bagagem, apenas o necessário. Pretendia descansar um pouco antes de sair a noite pra algum lugar legal, imaginava. Depois de descansar, levantei da cama e fui até a varanda do quarto do hotel, ascendi um cigarro, olhei os carros e pessoas passarem apreçados, indo ou vindo dos seus trabalhos. Já era fim de tarde, de uma sexta-feira, a primeira do mês. Era um hotel próximo de um shopping, avenida bem movimentada, bem iluminada. Cercado de apartamentos, residenciais, casas, tinha também academias, lanchonetes, botecos. -" Escolhi um bom lugar!" - Já era quase seis da noite, mesmo não tendo compromisso, me aprecei para sair, afinal, queria me divertir. Estava em uma cidade sozinho, sem conhecer ninguém, então não esperava nada das pessoas daquela cidade. Me arrumei para impressionar, à quem não sabia, mas queria garantir uma boa impressão. Calcei o meu melhor sapato, vestir uma calça jeans escura, uma camisa vermelha despojada, e pus um blazer azul marinho, como diria meu pai, esporte fino. Tinha feito a barba, o cabelo bem penteado, usei uma agradável colônia masculina, e estava pronto para sair. Peguei o elevador, deixei a chave na recepção, e pedi um táxi. Escolhi ir até o shopping, era o local mais perto e com maior probabilidade de me agradar, pois teria muitas opções em um só lugar, até porque não conhecia a cidade.

Chegando ao shopping, fui direto saber se tinha alguma tabacaria, tive sorte. Comprei uns cigarros e um charuto cubano dos bons. O fim da noite já estava garantido. Seguir até a praça de alimentação, e fui até o quiosque de massas. Pedi uma bela macarronada, precisava jantar. Enquanto jantava, sozinho em uma mesa que ficava ao lado de uma janela enorme com vista para uma parte da cidade, bem no canto da praça de alimentação, fiquei olhando o movimento, até que observei uma linda mulher, aparentemente desacompanhada, sentada no quiosque de chopp. Logo dei conta que já tinha terminado de jantar, então fui até esse quiosque, afinal, queria tomar um delicioso chopp. Fui andando sem pressa, observando se realmente essa mulher com um ar de mistério estava sozinha, se ela não estava esperando alguém. Enquanto não chegava até ela, quer dizer, até o quiosque, olhei bem as suas curvas, que curvas! Era de fato uma mulher bem sensual. Alta, morena clara, com um corpo bem "brasileiro". Cabelos escuros, usava um vestido preto, não muito curto, mas o suficiente para arrancar olhares e causar beliscões. Cada vez que eu me aproximava, percebia o quanto ela era bonita. Sentei-me ao lado dela, e lhe dei boa noite. Ela respondeu sem olhar para mim, meio indiferente. - "Talvez ela esteja esperando alguém!" - pensei. Pedi um chopp sem colarinho e o cardápio. Como disse, já tinha jantado, mas precisava fingir estar ocupado. O chopp realmente estava gostoso, e o cardápio estava bem legível. Mas precisava puxar assunto. -"Com licença, você entende o que está escrito aqui? É que não enxergo bem letras pequenas." - Funcionou, não exatamente como eu queria, mas funcionou. Ela leu para mim, mas novamente e ainda, indiferente. Bom, decidir não pedir nada, não queria desperdiçar. Mas pedi mais um chopp, e observei que ela também pediu outro chopp.

Ela definitivamente não parecia esperar ninguém. Ela não demonstrava impaciência, não olhava o relógio em nenhum momento. Então decidi puxar de vez assunto. - "Você é daqui dessa cidade? Porque, não sou daqui, só estou de visita. Vim passar o final de semana, descansar um pouco." - ela se virou completamente para mim, e disse: - "Sou daqui sim. Mas ainda não sei o seu nome!" - sorrir e respondi: - "Desculpa o mal jeito. Meu nome é Milton Lopes, e o seu?" - ela passou a mão entre os cabelos, do jeito que só uma mulher sedutora sabe fazer enquanto respondia - "O meu é Gabriela Sampaio." - Pronto, as apresentações foram feitas. Depois disso conversamos bastante, sobre muitas coisas. Ela me revelou que era fotógrafa e nunca saia sem sua máquina fotográfica, não seria diferente naquela noite. Mas estava bem guardada, na bolsa dela. Falei de mim, das músicas, dos filmes e dos livros que gostava. Nós não éramos muito diferentes um do outro assim. Tínhamos muito em comum, como por exemplo, adorávamos pizza, massas e um belo chopp. Rimos bastante, mas por força do hábito, olhei para o relógio e já eram nove e meia da noite. O tempo estava passando rápido naquela noite. 

Decidir avançar um pouco mais o sinal, e a chamei para irmos a um lugar mais reservado. Seria meu apartamento no hotel. Bom, lancei o convite e fiquei apreensivo, esperando a resposta. Ela fez questão de fazer uma cara de decepção, antes de responder. Mas no final ela perguntou o que teria para beber nesse quarto. Eu dei um sorriso de alívio, pois não queria perdê-la. Mesmo que ela não aceitasse ir para o hotel comigo, mas que ficássemos ali, conversando já estaria muito bom. Mas enfim, ela aceitou. Respondi que teria uma garrafa de vinho nos esperando. Pra variar, ela também gosta de um bom vinho. Como estávamos no shopping, não percebemos, mas estava caindo uma chuva forte. Chegamos até o estacionamento do shopping, e chamamos um táxi. A nossa sincronia estava tão boa, que mau nos demos conta que já tínhamos chegado no hotel. Nunca tínhamos nos visto antes. Não sabíamos da existência um do outro, e mesmo assim nos demos tão bem, que aquela noite parecia não poder ficar melhor, só parecia. Ao descer do táxi, tirei meu blazer e a cobrir, para que não se molhasse. Francamente, aquela chuva não poderia deixá-la feia, a beleza dela era aprova d`água. Mas tinha que ser cavalheiro, como disse antes, mostrar uma boa impressão. Praticamente corremos do táxi até o saguão do hotel. Chegando lá, acabamos olhando um para o outro e sorrimos, como dois adolescentes. Entre uma gargalhada e outra, ela fez de novo, aquele movimento com os cabelos, do mesmo jeito que tinha feito no quiosque do chopp, e disse: - "Você vai pegar um resfriado. Acabou se molhando por mim. Obrigada, você está sendo muito gentil." - ela falou de maneira tão suave, e ela estava tão linda, que não prestei atenção no que ela falou depois. Bom, peguei a chave na recepção e logo em seguida pegamos o elevador. Ainda no elevador, continuamos a conversar. Não teve um momento que não parássemos de ter assunto. Não ficou um clima de só azaração. Ficou algo mais. Realmente várias coisas estavam ganhando sentido. Chegamos até o quarto. Eu escolhi um quarto bem aconchegante. Tinha piso de madeira, não era um quarto grande, mas era equipado com ar-condicionado, tv, frigobar onde o vinho estava a gelar desde cedo. Além da varanda. A cama era grande. E o principal, tinha uma banheira na suite. Bom, mais perfeito não conseguia imaginar. Liguei o meu "not" e pus à tocar Michael Bublé, para ajudar no clima. Mas como muitos homens fariam, eu não fui apressado. Continuamos a conversar. Abrimos o vinho, e fomos para a varanda. A chuva ainda estava forte. Mas não me preocupava. Até estava ajudando, criando um clima bem agradável. 

O vinho estava nos aquecendo, mas não era só ele. Realmente estava perfeito. Um bom vinho, um bom quarto, uma ótima companhia. Ela tirou sua máquina fotográfica da bolsa e começou a me fotografar. Rimos com as fotos, com o clima, com a situação. Tocamos nossas mãos, bem timidamente. Parecíamos realmente dois adolescentes, sem jeito, envergonhados. Acho que naquela altura do campeonato, nós dois percebemos que estava rolando algo mais do que apenas um encontro por acaso. O coração acelerado, minhas mãos geladas, meus olhos brilhavam. Percebi pelos pelos do braço dela, que estavam arrepiados. Perguntei se ela estava com frio, pois a noite era chuvosa. Mas ela me confirmou que não era o frio, era uma espécie de química, que nos abraçava, nós juntando sem mesmo estarmos colados um no outro. Minha respiração estava forte. Não tirava o olhar dos lábios dela, que movimentavam quando ela falava, de um jeito a me seduzir. Lábios lindos, avermelhados, únicos. Segurei a sua mão com mais força, parecia que estava com medo de perde-la. Ela também correspondia aos meus toques. Que pele perfumada e macia que ela tinha. Eu não me contive e mais uma vez avancei o sinal. Cheguei mais perto, e fui direto para os ombros dela. O vestido preto, tinha uma alça fina que não escondia sua pele. Toquei na alça, com meus dedos quase trêmulos. Passei o dedo por baixo da alça, enquanto isso encostava meu nariz próximo ao seu pescoço. Sentia o seu perfume e ela o meu. Ela arrepiou mais uma vez. E respirava bem fundo. Dei um beijo, e logo em seguida dei mais dois beijos. Cada um com a sensação de último. Ela pós sua mão em meus cabelos, que naquela altura não estavam tão arrumados quanto antes. Senti suas unhas da outra mão em minhas costas, também me arrepiei. Ela virou o rosto em direção a minha boca, que suplicava um beijo. E ela a atendeu. Nós beijamos pela primeira vez, naquela noite. Sentimos como se não existisse mais ninguém no mundo. O barulho dos carros, das buzinas sumiram. Só restaram o som da chuva molhando a cidade, e o som da música que tocava "Everything". O beijo continuou longamente. Tivemos que parar, só por um segundo para respirarmos. E voltamos a nos beijar, apaixonadamente. Sim, estávamos apaixonados. Como isso é possível? Não sei, mas apenas estávamos. Nessa hora, não queria complicar, apenas aceitar e curtir o momento perfeito que estava sendo proporcionado para nós. 

Seguimos da varanda, abraçados, na verdade entrelaçados como se fossemos um só. Nossos beijos e caricias aqueciam nossos corpos e nossas almas... Ainda estávamos bem compostos, mas não ia durar muito. Ainda de pé, a virei de costas para mim, onde o vestido possuía um zíper, que descia até o fim das costas. Ela segurou seus cabelos escuros e longos para a cima dos ombros. Desci o zíper até o final. Suas costas quase nuas, apenas com um sutiã vermelho que realçava sua cor de pele. Ela mesma fez questão de terminar de tirar o vestido, bem devagar. Revelando também sua calcinha que combinava perfeitamente com seu sutiã. Ela se virou completamente para mim, e parou em minha frente. Ela pediu para que eu sentasse na poltrona que tinha no quarto. Sentei sem fazer objeção nenhuma. Ela pegou uma toalha de rosto que tinha em cima da cama, e cobriu meus olhos. E disse que era para eu relaxar e entrar na brincadeira. Rapidamente me adaptei a essa brincadeira. Fiquei na poltrona, ainda sem tirar minhas roupas, e sem enxergar nada. A luz da cabeceira da cama, era a única acessa, dando um clima muito romântico. Ela me serviu mais uma taça de vinho. Tirou meus sapatos, logo em seguida minhas meias. E enquanto isso conversava comigo, me orientando a apenas prestar atenção na voz dela e no seu cheiro. Ela subiu devagarinho até o meu pescoço. Sentir mais uma vez suas unhas me arranharem bem na nuca. Ela tirou minha camisa. E depois senti algo gelado escorregando do meu pescoço para minha barriga. Era o vinho, provavelmente. Ela sarcasticamente pediu desculpas, dizendo que foi sem querer, mas que iria enxugar. E enxugou, com a boca. Eu me encontrava em um estado de submissão. Meu coração não tinha mais uma batida suave. Ela então tirou minha calça, do mesmo jeito de sempre, devagar. Depois sentir sua boca e suas mãos tocarem meu corpo inteiro. Ela estava me deixando louco. Mas esse tipo de loucura, eu gostava de sentir. Depois que ela me surpreendeu fantasticamente, eu tinha que retribuí-la com certeza. Pois bem, era minha vez, eu disse a ela. 

Também tinha uma escrivania no quarto. Derrubei tudo que tinha em cima. A a peguei pela cintura e a coloquei sentada em cima da escrivania. Abrir suas pernas de coxas grossas e macias. Eu ainda estava de cueca e me pus a me ajoelhar na frente dela. Peguei seu pé, e comecei a beijá-lo. Eram os pés mais lindos e macios que já tinha  beijado em toda minha vida. Ela sorria, pós sentia um pouco de cócegas. Mas não a incomodava, daria para perceber, ela realmente estava gostando. Fui subindo minha boca, com beijos e mordidas. Minhas mãos mais avançadas, seguiam em direção da sua cintura. Cheguei até seus seios e aos poucos tirei seu sutiã. Ela cobriu seus seios com suas mãos, não por vergonha, apenas por sedução. Afastei um dedo dela dos seus seios, e me pus a beijá-lo. Fui aos poucos retirando uma de suas mãos de um dos seus seios, até deixá-lo completamente visível. Realmente estávamos sentindo muito prazer naquela situação. Ela ainda estava de calcinha e eu de cueca. Mais uma vez, a peguei pela cintura e delicadamente a deitei sobre a cama, com lençóis limpos e arrumados. Fomos nos abraçando cada vez mais, nos acariciando cada vez mais. Não tínhamos nenhuma pressa. Não avançamos as preliminares, nem pudia. Era fundamental dar sentido aquilo tudo. A cama era grande, como já comentei, e coube toda a nossa excitação em todas as posições que lembrávamos. 

Não pense que a noite terminaria assim. Como dizem, a noite é apenas uma criança. Confesso, estávamos suados e exaustos. Deitados na cama, com uma sensação de felicidade sem medidas. Mas ainda não era hora de dizer boa noite. Pedir serviço de quarto, mais um vinho a caminho. Enquanto isso, preparei a banheira, para um delicioso banho a dois. Com espuma e velas. As velas apareceram do nada, difícil de explicar. Fui até a porta, era o serviço de quarto batendo. Peguei o vinho e assinei. Quando voltei com duas taças cheias, ela já estava na banheira me esperando. Parei para analisar aquela sena maravilhosa que estava a minha frente. Não conseguir esconder a minha felicidade exaltando um enorme sorriso no meu rosto. Tomamos um belo banho de banheira juntos. Brincamos com nossos corpos, enquanto nos lavávamos com as espumas perfumadas. Realmente, aquela banheira fez toda a diferença. Mas confesso, sozinho não teria graça. Ela foi responsável por todo o meu prazer. Relaxamos naquela banheira. Já passavam das duas da manhã e ainda não sentíamos uma gota de sono. 

Saímos da banheira e não queríamos acabar por ali. Ela mais uma vez quis brincar. Adoro brincadeiras. Ela me amarrou na poltrona, dessa vez sem tapar meus olhos. Com as mãos atadas, praticamente não podia me mexer. Ela se vestiu, e colocou uma música bem sensual para tocar. Novamente com o vestido preto que desenhava o seu corpo, ou era o seu corpo que desenhava o vestido. Ela me fez observar enquanto tirava suas peças de roupa. Um verdadeiro strip-tease bem diante dos meus olhos uma maravilhosa e belíssima mulher. Quando acabou o strip, já não aguentava mais de tanta excitação. Ela me desamarrou e pude pegá-la pelos braços. Dessa vez, não a levaria para a cama, a levei para a varanda. A sensação de sermos pegos, por olheiros curiosos aumentava o prazer. Não sei explicar, mas estava sendo divino. Ficamos na varanda, afastamos a mesa e deitamos no chão mesmo. Fizemos amor ali, sem pudor, sem pensar em mais nada. Apenas em curtir os nossos corpos ardendo em êxtase. Acho que pegamos no sono ali mesmo, depois de alcançarmos, pela terceira ou quarta vez, orgasmos em uma só noite. 

Acordamos cedo, assim que o sol apareceu no céu. Estávamos na varanda, então não tinha como ser diferente. Acordei primeiro que ela. E corri à pegar a câmera, queria registrar aquele momento. Registrar aquela mulher que dormia linda, nua, apenas com lençóis à cobri-la. Ela então despertou. Abriu os olhos e sorriu para mim. Disse: -"Bom dia amor!" - Pode parecer estranho, tínhamos nos conhecido na noite anterior e ela já me chamava de amor. Mas o que vivemos em apenas uma noite, muitos casais, nunca viveram em 20 anos de relacionamento. Então, estava valendo e muito, ser chamado de amor. Também a chamei assim. E disse, para se arrumar, que o café da manhã já estava sendo servido no restaurante do hotel. Mas logo me dei conta, que podia melhorar aquela manhã. Pedi que ficasse no quarto, me esperando enquanto ia até a recepção. Demorei um pouco eu acho, mas valeu a pena. Quando subi até o quarto, estava carregando uma cesta de café da manhã, com tudo que tínhamos direito. Finalmente a surpreendi da forma que ela merecia. Tomamos um belo café da manhã juntos. Ainda ríamos muito sobre a noite anterior. Ainda estava em nosso semblante o quanto aquela noite foi maravilhosa e única. 

Descemos até o saguão do hotel juntos. Acertei a minha conta na recepção. E pegamos um táxi em direção ao aeroporto. Vocês devem estar se perguntando, porque eles pegaram um táxi em direção ao aeroporto se ela mora nessa cidade? Será que eles vão se casar? É engraçada essa situação, e o motivo de rirmos tanto, é que foi tudo programado. Quer dizer, quase tudo. Já somos casados a um tempo. Era apenas uma fantasia que realizamos. Por uma noite, nos tornamos desconhecidos um do outro. Reproduzimos nossa primeira vez de forma melhorada. E assim, fugimos do cotidiano, e mergulhamos na nossa imaginação. Até a próxima...

Lima Araújo 

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Quanto custa uma noite?



A noite cai e vem com ela a chuva e o frio. Aqui na janela do meu apartamento, só observo as gotas escorrerem pelo vidro. Os relâmpagos iluminam a escuridão das ruas, onde vejo pessoas seguindo os seus caminhos. Estou sozinho essa noite. E sei que você não vem. Hoje não tenho o seu corpo. Os lençóis de seda, estão arrumados, ainda a sua espera, como eu, que ainda não fui dormir. Ascendo um cigarro, sei que não gosta, mas o que importa? Não estás aqui para me punir. O vinho já abrir, na verdade já tomei duas garrafas sozinho. Vou fumando um cigarro atrás do outro, na tentativa de matar a ansiedade por te esperar. Droga, passam da meia noite e ainda não ouvir o interfone tocar. Estou desejando a sua pele, seus arrepios. Quero a sua boca na minha, sua língua entrelaçada em um momento único de amor e sexo. Quero me perder em suas curvas fatais. Estou desejando os seus cabelos enrolados em minhas mãos. Também quero seus seios e suas coxas se esfregando em mim. Tudo isso seria melhor, com você aqui.

A noite está fria e chuvosa. Não consigo enxergar mais ninguém nas ruas - devem estar em suas casas, dormindo ou trasando - fico imaginando. O apartamento parece tão grande sem você, ou será que é meu coração que está se sentindo vazio? Ligo o som, ponho uma música que gosto, e tento me distrair. Logo depois ligo a tv, não consigo achar nada para assistir. Entre mais um gole de vinho e outro, penso que você pode estar na cama de outra pessoa. Penso o que pode estar fazendo. - safada, deve estar gozando com ele - não estou sendo muito racional, confesso. Mas o que posso fazer, estou sozinho essa noite. A chuva finalmente parou. Abro a janela logo em seguida. Ainda está frio, e ainda estou sozinho. "Ela passou do meu lado, 'oi amor', eu lhe falei" - o som do meu celular, quando ouvir tocar, corri pensando que era você, me ligando dizendo que já estava subindo. Mas não era você, era apenas uma mensagem de aviso. Respirei fundo, e peguei mais um cigarro. As velas ainda nem ascendi. Não as queria iluminando aquele apartamento vazio. 


A lembrança dos seus beijos e dos seus carinhos, me abraçam neste momento. A saudade me conforta de uma forma tão maldosa, que me permito sorrir sozinho. Pareço um louco, muito provavelmente um bobo, mas quem me julgaria? Será que você ainda vem? - ela deve ter perdido o trem! - tento justificar a sua ausência. Algo me diz, pra ir dormir, acalmar esse coração que já sofreu de mais por uma noite. Quando me conformo com a sua ausência, você bate na porta do apartamento. Olho através do olho mágico, e quase não acredito. É você! Meu coração acelera, minhas mãos gelam, meus olhos não acreditam no que estão vendo. Essa imagem nunca irei esquecer, você entrando no meu apartamento, logo no momento em que perdi as esperanças de te ver. Você chega toda molhada - posso me secar? - me faz uma pergunta pretensiosa. Naquela altura, não me importava o motivo do seu atraso, não queria saber onde você estava, apenas queria que você estivesse ali.


Não podia deixá-la com frio, e molhada. Afinal, você me pediu um favor. - sim, pode se secar, ou melhor, vou te ajudar - muito nervoso, apesar da minha experiência, parecia apenas um garoto. Afobado, fui tirando a sua roupa, você me disse - espera, vá com calma, você me terá esta noite -  

respirei bem fundo, como se estivesse prestes a pular de um penhasco. Controlei minha ansiedade, e fui tirando a sua roupa aos poucos. Cada peça da sua roupa, era como se fosse uma última peça. Mas parecia que não ia acabar. Quando eu me deparei, em frente ao seu corpo, quase nu, quando eu já iria tirar seu sutiã e sua calcinha, você me empurrou. Caí sobre a cama, desarrumando os lençóis. Na minha frente, em pé, você estava mais linda do que nunca. Tirando as suas últimas peças de roupa, e cobrindo o seu corpo com seus braços e mãos. Pedi para que parasse naquele instante, para não me revelar o que tanto queria ver. Parece sem sentindo isso, mas era porque queria tirar uma foto sua, pra guardar comigo, e nunca mais ter que precisar fica olhando a chuva pela janela. Mas não era só isso, faltavam as velas ainda. Pronto, tudo está perfeito. 

Voltou a chover. As gotas voltaram a escorregarem pelo vidro da janela. Mas agora eu não estava sentindo tanto frio. Estava mais quente do que nunca estivera. Nessa noite, eu estava realizando minhas fantasias mais íntimas. Mas infelizmente, a noite não podia ser eterna. O dia começou a nascer, os raios de sol começaram a iluminar o apartamento, até chegar em nossos olhos. Você acordou mais linda do que foi dormir. 


Mas você tinha que ir embora, não podia ficar pro café da manhã. Queria seus 400 reais, pra poder ir. Então eu paguei e lhe dei um último beijo, e disse: hoje a noite você vai estar livre?... 


A poesia está na virgindade de uma donzela, como está no pecado de uma amante! 


                                                                                                                               Lima Araújo

sábado, 22 de março de 2014

"Criminosos Mirins"

   "Mãos pra cima, é um assalto", infelizmente estamos acostumados em ouvir estas palavras, mas não significa que o brasileiro esteja conformado com a sua situação de vítima. Já não sendo o suficiente o cidadão ser assaltado, o que surpreende não é a arma, é a idade daquele delinquente que corriqueiramente vem possuindo menos do que 18 anos. O não conformismo do cidadão reflete um debate que sugere a diminuição da idade penal de 18 anos para 16, como divulga a pesquisa Datafolha. Porém, existem instituições como a OAB, que não concordam com essa diminuição, alegando que: "seria um retrocesso para o país, além de transformar o menino num delinquente sujeito à crueldade das prisões". 
    Mas a verdade é que vemos dia à pós dia, que mais e mais crianças e adolescentes acabam entrando na criminalidade. Sendo que muitos seguem esse caminho por motivos como, a falta de uma política pública que trouxesse esses jovens para um meio social realmente justo. Mas também não podemos descartar que muitos desses "criminosos mirins" vislumbram uma brecha na lei, que foi criada como objetivo de preservar a "inocência" das nossas crianças, que no final acaba incentivando de certa forma, as mesmas cometerem esses delitos. Ou seja, não é possível escolher uma opção entre as apresentadas, não apenas um. As duas são fundamentais para tentar amenizar a violência. 

Lima Araújo