O que sou eu

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Sem caneta e sem papel, uso de mais tecnologia para exibir - para quem quiser ler – os meus pensamentos. Sou o criador deste blog e me chamam de Lima Araújo. Obrigado!

OBS: Opa meu caro leitor, venho aqui avisar que não permito nenhum tipo de plagio aos meus textos encontrados e pertencentes a este blog. Sei que você é mais inteligente e criativo do que apenas apertar (Ctrl+c) e (Ctrl+v). Muito obrigado pela atenção... Lima Araújo

Neste blog todos os textos são de minha autoria.
Impulsionado pela necessidade de expressar minhas opiniões, meus pensamentos e até meus poemas, aliando a uma ótima influência que tive de dois amigos Juba e Cinthia, criei esse blog. Soube ouvir, analisar e conclui que de fato tenho que compartilhar minhas idéias, e é muito importante que se opine sobre imagens, argumentos e acontecimentos. Os Personagens desse blog fazem parte de um mundo meu, que retrata minha personalidade e que divulga o que realmente estou sentindo ou pensando. Compartilharei aqui, sem medo de críticas alheias, meus poemas, minhas próprias críticas e situações minhas, com você e por você meu caro leitor. Muito obrigado!

segunda-feira, 18 de maio de 2015

A chuva passou...






A chuva passou!
Lembra amor, quando era só ela que nos atrapalhava?

Eu não dormi essa noite.
E tive o desprazer em ver a noite estrelada.
Que por sinal, estava tragicamente maravilhosa.
Mas estava desacompanhando de quem eu mais queria estar.

Mas os versos são verdadeiros. É o inverso das coisas que é complicado de entender. Que nos confunde os sentimentos.
As palavras que penso em lhe dizer, não farão mais sentido.
São todas inúteis agora.
Eu lhe disse sobre o tempo.
Os instantes passam tão depressa que às vezes esquecemo-nos de vivê-los.

Falando neles... estou sempre à procura de um instante feliz.
De uma lembrança que possa me agradar no momento.
É uma tentativa que me faz pensar sobre tudo que vale à pena. Sobre tudo que dizem valer à pena.
Em meio a tudo isso, fico me perguntando se eu saberia reconhecer um instante feliz quando vivenciasse um!

Minha expectativa se transformou em frustração.
Mais uma vez, sonhar não foi o bastante...
Eu deveria ter esperando menos.
Você deveria ter esperado menos.

Não somos mais suficientes um para o outro.
Não conseguimos nos agradar, em nada.
Eu só queria conseguir lhe fazer a surpresa que tanto planejei. Não era para terminar assim, você distante de mim...

O suspiro de um desejo, o grito de um pensamento, eclodindo dentro de mim. Mas sem coragem, o reprimo a sair.
Lembra amor, quando eu escrevia para você?
Falava em versos, sobre rosas e sobre o amor.
Contava nossa história, em rima e prosa.
Era tudo tão bonito, quando nosso único problema era a chuva.


A chuva passou e levou o nosso tempo com ela. 

Lima Araújo

terça-feira, 5 de maio de 2015

Discurso do Opressor




Classes divididas, realidades distintas. Exploradores e explorados. Os detentores dos meios de produção e os não detentores dos meios de produção. Sempre em grandes discrepâncias em suas relações sociais. A teoria da evolução humana como sempre muito mal interpretada. O Estado com sua força midiática insiste em classificamos como "iguais". Somos "classificáveis", temos validade de uso. Somos meros produtos de força e consumidores em potencial. Seríamos nós, verdadeiramente iguais? Há qual ponto de vista?

Insistentemente somos condicionados a uma cultura cada vez mais "unificada", se é possível afirmar isso. Porém o que acontece é a tentativa de igualizar pessoas, igualizar costumes, igualizar mitos e entre outros aspectos específicos de uma determinada sociedade. Seria um absurdo pensar nesta possibilidade ao afirmar que somos iguais. Somos sim, seres verdadeiramente complexos, não só por sermos iguais no que somos diferentes, mas também por sermos diferentes no que somos iguais. Inseparáveis fatores culturais econômicos, sociais, biológicos, psicológicos entre outros. Mas que insistimos em separar.

Pensar que somos iguais é negar a existência de toda uma complexidade que é inerente ao ser humano. Complexo significa "o que é tecido junto", pertencente ao mesmo contexto, porém significativo em sua interdependência. "Historicamente falando, o Brasil possui um passado negro". Se esse termo não fosse tão trágico, tornaria cômico. Referimos o tempo todo utilizando a palavra ‘negro’ ou ‘obscuro’ quando queremos relacionar com um acontecimento que não foi bom ou aceitável. Um simples vício de linguagem? Ou um vício moral enraizado culturalmente?

Ao analisarmos o Brasil a pós sua abolição escravocrata não se tem registro de um ato de verdadeira abolição ao pensamento de que o negro é propriedade do homem branco. Ou seja, o negro permaneceu e ainda permanece refém de uma hegemonia classista e elitista reforçadas nos discursos do opressor. Não se pensou em políticas públicas que readaptassem o negro à sociedade. Aos direitos comuns nada foram respeitados. Um pouco mais de um século de silêncio, só depois se criou a maior, até hoje, política de afirmação inclusiva aos negros, chamada cotas. Porém reconheço sua ineficácia perante a complexidade social que vivemos. Como medida emergencial é totalmente aceitável e estimulante. Como solução de um problema mais profundo perde-se o efeito.

Seríamos iguais à que ponto de vista? Do colonizador ou do colonizado. De forma insistente o homem colonizador não aceitando, por exemplo, suas diferenças culturais, biológicas e étnicas assim com o tempo conseguiu criar uma propaganda onde transforma seres totalmente complexos em simples peças de montagens, onde cabe a cada ser uma função simplista e, o próprio indivíduo torna-se substituível.

Cria-se a estratégia de imposição de uma ditadura midiática, consumista, racista, eurocêntrica, de forma sistemática a toda sociedade. E quem ousar não seguir é excluído automaticamente por não estar nos padrões "aceitáveis", exigida por uma minoria classe que se intitula superior.

Lima Araújo


segunda-feira, 4 de maio de 2015

Desencontro




“Ei, aonde vai com toda essa pressa?
Esqueceu das promessas?
Eu lembro de todos os nossos planos.
Vi que já fez suas malas. Que quebrou nossos retratos.”

Todos os dias eu esperava você voltar.
Essa casa sem você fica cheia de tédio.
Estive na janela, olhando as horas passarem.
Nada na TV, os livros que tentei ler pareciam vazios.
Nada fez sentido enquanto esteve fora.

Eu até risquei seu nome da lista telefônica.
Também quebrei quadros, rasguei fotografias.
Parei de ouvir nossa música.
Tentei te esquecer.

Não consegui...
Quase enlouqueci.
E você, já me esqueceu?
Quanto tempo faz que já se foi?

Todas as noites eu deixei a porta destrancada.
Ainda resistia em mim uma esperança do seu retorno inesperado.
Que na verdade eu sempre esperei.
Onde você está?
Será que ainda guarda o presente que lhe dei de aniversário?

Foi em um dia de verão que lhe conheci.
Você estava radiante.
Com seu vestido azul, seus pés descalços.
Não acreditei a princípio que você estava correspondendo aos meus olhares.

Eu senti sua falta.
Mas você nunca foi embora de verdade...
Sempre estivemos juntos.
É que não parecia.
É que não existia mais eu e você.
Como posso dizer, passamos a ser estranhos.
 

Os dias passaram e a gente se esqueceu de amar.
Fomos sufocados com a ausência.
Você me perguntou por que nunca mais lhe mandei flores.
Eu lhe respondo, porque não lhe achei.


Lima Araújo 

Flores de outono






Um sentimento de angústia. Parece que eu perdi algo. Parece que deixei alguém para trás. Não no sentido de ter superado esse alguém. Mas sim de ter esquecido mesmo. Onde o deixei? Quem eu esqueci?

Sensação estranha. Mesmo me esforçando, não consigo lembrar de nada ou de ninguém. Talvez não fosse tão importante assim. É como um sonho. Que desesperadamente, após acordarmos tentamos nos recordar de detalhes, que a princípio nos parecem tão essenciais... tentativa inútil.

De algumas flores não lembrarei mais. Nem seus nomes, muito menos seus perfumes. De outras, talvez minha memória insista em permanecer recordando por falta de amor próprio. É como se gostasse de sofrer novamente. Já não bastam as cicatrizes? Que apesar de não mais arderem, mas ainda continuam marcando minha estética. Fazendo-me lembrar, todos os dias, de todas as flores que já murcharam em meu jardim.

As estações vão passando lentamente. Parece-me que o tempo, que sempre foi tão pontual, ultimamente anda atrasado. Será que ele anda ocupado de mais? Dizem que o presente anda flertando com o passado. E o futuro, indeciso como sempre, anda com ciúme dessa relação. Talvez o tempo esteja confuso tanto quanto eu. Acho que dessa vez, ele passará e não trará resposta alguma.

Alguns espinhos perfuraram minhas mãos. Outros o meu coração. Algumas flores que cuidei, vingaram e tornaram-se as mais lindas de todo o Jardim. Outras infelizmente não consigo lembrar. É como eu disse, talvez não fosse algo de importante para ser lembrado. Quem sabe não foi nada. E eu aqui me esforçando atoa enquanto as folhas caem das árvores, enquanto a tarde abre espaço para a bela noite que chega. Enquanto eu tento me convencer que eram só flores de uma estação qualquer, eram apenas flores que nunca mais lembrarei de seus nomes e perfumes.

Lima Araújo