Ainda tenho que aprender a ler.
Aprender a falar direito.
E aprender a enxergar.
O que me resta é confiar
em pessoas desconfiadas.
Ouvir o que elas gritam para mim.
Socorrer o meu eu interior.
Que na verdade esta fora de mim.
Perdido, sem saber ler,
sem saber falar e até enxergar direito.
Se ao menos ele ouvisse as minhas
gargalhadas falsas.
Tenho certeza que viria.
Eu preciso mais dele
do que ele de mim.
Sinto dizer, mas eu preciso
das pessoas que usam máscaras.
Essa fantasia de estar fantasiado
em meio real.
Não me surpreende mais.
Pessoas que olham sem parar,
olham pra tudo.
Com olhares perdidos que muitas
das vezes não acham o que querem.
E que se perdem quando se acham.
Minha intimidade não é tão íntima assim.
Não mais pra mim.
De forma que um estranho
sabe o que sinto ou deixo de sentir.
Que me conhece tão bem,
de maneira que eu mesmo
não saberia reconhecer.
Não o culpo, me culpo apenas.
Por não saber quem ele é.
E assim tentaria saber quem sou.
Zé Araújo
muito linda...parabéns!!
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